O IBF firmou um convênio com o Laboratório da UEL onde acontecerão pesquisas sobre a multiplicação do mogno africano. Saiba mais!

O Laboratório da UEL de Propagação de Plantas do Departamento de Agronomia, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), vai pesquisar a multiplicação do mogno africano. A iniciativa foi formalizada em convênio com a universidade e o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF).

O IBF tem sede em Apucarana, norte do Paraná, é uma organização especializada em encontrar soluções para o desenvolvimento de projetos socioambientais. Pelo convênio de cooperação, o instituto, entre outras atividades, realizará o financiamento das pesquisas sobre o mogno africano a serem realizadas por professores e estudantes do CCA. O contrato é de 24 meses.

equipe uel solenidade ibf solano aquinoO professor Ricardo Faria, do Laboratório da UEL de Propagação de Plantas, explica que o CCA domina a técnica da propagação in vitro de várias espécies, como orquídeas, flores tropicais e planta nativa da Amazônia. “A grande vantagem desse processo é que você consegue uma grande quantidade de mudas em pouco tempo”, afirma.

Segundo o professor, a partir de uma gema é possível criar entre 1.000 e 2.000 mudas. Em botânica, gema é a definição para ramo formado por células meristemáticas, que são o tecido responsável pela formação de outros tecidos e pelo crescimento da planta. “Em uma primeira etapa, vamos avaliar a capacidade de propagação do mogno africano”, diz o professor. “Depois disso, começamos a desenvolver a propagação in vitro.”

A partir da seleção de plantas geneticamente superiores é possível desenvolver mudas que cresçam mais rápido, reduzindo o tempo de corte do mogno africano. Ainda de acordo com Ricardo Faria, a propagação in vitro também proporciona mudas mais resistentes a pragas, isentas de doenças e com alta taxa de multiplicação.

Ainda sobre o convênio com Laboratório da UEL, o conselheiro do IBF, Solano Martins Aquino, afirma que o mogno africano é uma espécie que pode ser usada para produção de madeira de reflorestamento, contribuindo para preservar áreas de floresta. O cultivo da espécie pode ser feito em áreas pequenas a partir de três hectares. “Isso ajuda a mudar a cultura extrativista. O Brasil tem grande produção de madeira de reflorestamento e com o melhoramento genético [do mogno africano] haverá melhoria nessa produção”. 

mogno africano arvore boa esperanca

O foco do mogno africano é o mercado externo, ou seja, de exportação e, atualmente, a Austrália é o maior produtor. Segundo Aquino, há poucas pesquisas sobre a espécie que é largamente usada na indústria moveleira e na construção civil, principalmente, na produção de laminados e de revestimentos. “Com o plantio organizado, teremos maior respeito ecológico, maior produtividade e lucratividade”, afirma.

O reitor Sérgio Carvalho destaca a importância do convênio com Laboratório da UEL a cooperação que estreita as relações da universidade com a sociedade, contribuindo para a formação profissional dos estudantes. “Temos pesquisadores de excelência e uma empresa que precisa desse conhecimento. É uma parceria que vai levar ao desenvolvimento e por isso que nossa universidade tenha mais parcerias nesse sentido.”

Participaram também da assinatura do convênio com Laboratório da UEL: o vice-reitor Décio Sabbatini, a chefe de gabinete, Lisiane Freitas de Freitas, a diretora do CCA, Patrícia Mendes, o diretor da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Sociedade (PROEX), Paulo Liboni, o chefe de Divisão de Projeto da PROEX, Paulo Basoli, e a advogada da Procuradoria Jurídica, Érika Dmitruk.