A elaboração do planejamento florestal é importante para evitar alguns riscos em plantios de Mogno Africano. Veja quais são e como evitá-los!

Ao se estudar formas de ampliar a renda, são analisados diversos fatores que podem ou não contribuir para o sucesso do negócio. Riscos são a probabilidade de que algo aconteça e que possa gerar prejuízos. Geralmente podem ser previstos e há formas de evitar a sua ocorrência. As atividades agrícolas, são passíveis de riscos em plantios, como os de mogno africano por exemplo, que são facilmente mitigados por meio da elaboração do planejamento florestal.

O planejamento florestal é a forma descritiva sobre a estratégia adotada para evitar riscos em plantio de Mogno Africano. Dentro desse planejamento há os projetos, os quais constam o passo a passo para execução do investimento florestal, ou seja, nele deverá conter toda a metodologia de trabalho e o cronograma de atividades pré-plantio, plantio, pós-plantio e colheita como também as atividades para minimizar os riscos de ataque de pragas e doenças.

As atividades de pré-plantio do Mogno Africano são cruciais para minimizar ameaças na produtividade da floresta, pois é nessa fase que são tratados o solo e realizada as atividades de manutenção e de prevenção da ocorrência de pragas e doenças.

Outro ponto a ser analisado no planejamento florestal é a viabilidade financeira do projeto. Pelo fato do mogno africano ser uma espécie exótica que produz madeira nobre com alto valor agregado no final de seu ciclo, deve ser analisado do ponto de vista mercadológico, a oferta e procura da madeira no corte final, bem como aspectos logísticos.

Por ser um investimento de longo prazo, o acompanhamento profissional é fundamental, pois será analisado diversos aspectos a fim de garantir a alta performance da floresta.

Quando bem analisados e executados ações silviculturais, os riscos são minimizados consideravelmente. Para facilitar o entendimento dividimos entre aqueles que impactam na produtividade, do ponto vista mercadológico e quais os melhores métodos para gerenciá-los.

Gestão de riscos na produtividade da floresta

O maior risco de danos na produtividade são os incêndios, que dependendo da intensidade podem trazer danos irreparáveis. Para reduzir significativamente sua ocorrência é recomendado que seja feito o controle por meio de aceiros próximos ao plantio de Mogno Africano e controle do mato. Contudo, caso haja a queima acidental, é de suma importância capacitar a equipe para controle do incêndio.

Já eventos climáticos são riscos inevitáveis. Rajadas de ventos, períodos de seca e até mesmo tempestades com raios podem danificar a floresta de forma parcial, ou seja, não são tão destrutivos quanto o incêndio florestal, pois a madeira das árvores lesionadas poderão ser comercializada dependendo apenas da idade. Por isso no momento da elaboração do planejamento florestal, é preciso identificar se a região em que será feito o plantio, há histórico recorrente de eventos climáticos de forma recorrente agressivos.

As pragas e doenças são consideradas riscos que podem afetar a produtividade da floresta de mogno africano dependendo da intensidade do ataque. Os danos causados por insetos (formigas, cupins e abelhas urupuás) são as pragas mais comuns no cultivo dessa espécie.

Enquanto as doenças são causadas por fungos, bactérias ou até mesmo por vírus. As dosagens para controle variam de acordo com a intensidade do ataque. Porém é possível prevenir a ocorrência de doenças por meio da correção do solo antes do plantio da floresta. Entenda neste artigo de forma detalhada o controle de pragas e doenças do mogno africano.

Veja no quadro abaixo o método de controle e prevenção de pragas e doenças do mogno africano:

 Pragas

Características do desenvolvimento

Método de controle

Formigas saúvas (Atta spp.) e quém-quém (Acromirmex spp.)

 Atacam folhas, ramos de mudas recém-plantadas e também brotos novos de árvores jovens.

Controle deve ser feito em todo o processo até o corte raso da floresta: pré-corte, pré-plantio, pós-plantio e manutenção.

Abelhas urupuás

Atacam o broto terminal, a ponto de ocasionar a morte da parte apical da planta. Ocasionando distúrbios  fisiológicos na planta.

Devem ser combatidos na área de plantio e no entorno (300 m), com a pulverização direta na colmeia ou danificação completa com fogo

Cupins

 O ataque de cupins causa danos no tronco, podendo afetar o crescimento e até a perca da árvore.

Controle deve ser feito em todo o processo até o corte raso da floresta: pré-corte, pré-plantio, pós-plantio e manutenção.

Doença

Características do desenvolvimento da doença

 Método de controle

 Cancro de córtice ou de casca

Causada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae, sendo responsável pela seca de ramos, podridão peduncular em frutos e morte de plantas.

 O controle desse fungo é simples, sendo necessário apenas a aplicação, com um pincel, de hipoclorito de sódio (água sanitária) a 2,5% ou calda bordalesa.

Mancha areolada das folhas

Causado pelo fungo Thanatephorus cucumeris, a doença costuma atacar os folíolos na parte apical da árvore, ocasionando o aparecimento de lesões que trazem um aspecto desagradável às folhas da árvore.

  Para controlar essa doença, basta aplicar fungicidas que contenham pencianol.

Podridão branca da raiz ou murcha letal

Agente causador é o fungo Rigidoporus lignosos que ataca a raiz de árvores com 12 anos ou mais de idade, podendo causar a morte de suas raízes e consequentemente da planta. Esse fungo está presente somente em ambientes onde há processo de encharcamento (PINHEIRO et al 2011).

 A prevenção desta doença consiste em evitar o plantio de mogno em áreas paludosas ou susceptíveis a alagamentos.

Mancha circular de folhas

Esse fungo (Cercospora spp.) ocasiona manchas circulares nos folíolos mais velhos, não prejudicando o cultivo (PINHEIRO et al 2011).

   Não requer tratamento.

Fusariose

Responsável por atacar os ponteiros das plantas, o Fusarium oxysporum já foi confundido com a mariposa (Hypsipyla grandella) por ocasionar sintomas similares (PINHEIRO et al 2011).

  Não requer tratamento.

Algumas pragas e doenças também estão ligadas à deficiência de nutrientes no solo, entenda mais sobre o assunto neste artigo.

Riscos mercadológicos no plantio de Mogno Africano

Para que o projeto seja saudável financeiramente, deve-se analisar a logística do local de plantio do Mogno Africano para que o custo do frete seja reduzido. Outro aspecto a ser analisado são os mercados consumidores da madeira, a oferta deste produto no mercado e o preço praticado.

Dessa forma, o produtor que opta por plantios mais fechados, obterá uma receita conforme os desbastes previstos ao longo dos anos e no corte raso. A madeira proveniente dos primeiros cortes, é utilizada para fins mais comuns. Enquanto a madeira oriunda dos últimos cortes, terá além de maior diâmetro e altura, seu cerne formado, possibilitando maior valor agregado e lucro.

Vale lembrar que antes mesmo da implantação da floresta, no momento da elaboração do projeto florestal, é identificada a quantidade de uso de insumos, equipamentos e mão de obra que impactaram na execução do projeto e consequentemente no retorno financeiro. Esses custos variam devido ao local, relevo, uso do solo, preço da mão de obra e insumos da região onde será feito o plantio.

Conforme visto, os riscos em plantio de Mogno Africano podem ser reduzidos logo no início da elaboração do planejamento em que se deverá analisar o negócio florestal como um todo: desde o manejo adequado, riscos, métodos de prevenção e a saúde financeira do negócio florestal. Por isso, a elaboração deste planejamento deve ser feito por profissional qualificado que irá analisar de forma detalhada as ações necessárias com o objetivo de se reduzir riscos em plantio de Mogno Africano