O espaçamento ideal em plantios destinados à produção de madeira de Mogno Africano é aquele que atinge boa produtividade e qualidade da madeira extraída pelo menor custo de implantação e manutenção, alcançando maior lucratividade do negócio florestal. O espaçamento diz respeito a distância entre as árvores.
Para definir a distância ideal entre as plantas no campo é considerado: o sistema radicular; parte aérea durante o desenvolvimento das árvores e o tamanho da área a ser explorada. O espaçamento também influencia nas seguintes características das árvores:
- DAP (diâmetro à altura do peito);
- Volume total da floresta;
- Volume por indivíduo;
- Retilineidade;
- Distribuição da copa;
- Rachaduras;
- Presença de nós na madeira;
- Rápido fechamento do dossel e menor custo de operação;
- Atividades de manejo possuem relação com os espaçamentos adotados.
Todas as vantagens pontuadas anteriormente influenciam uma a outra. Quando se é plantado em espaçamentos mais densos, há a competição entre as árvores plantadas para obter mais luz e nutrientes no solo. Essa competição é favorável, fazendo com que elas cresçam de forma mais retilínea e produzam menos ramos laterais. Dessa forma, o fechamento do dossel se dá de forma mais rápida do que em espaçamentos mais amplos.
O fechamento do dossel dificulta a passagem de luz fazendo com que as plantas invasoras não predominem na floresta, reduzindo-se assim o custo de manutenção da floresta.
Plantios mais espaçados destinam uma maior área por indivíduo e maior incremento por planta na fase inicial. Já espaçamentos menores diminuem o volume por planta e aumentam a produtividade total de madeira por hectare, resultando em ganho qualitativo nos aspectos da esbeltez, retilineidade e homogeneidade.
Por isso, o melhor custo-benefício para produção de madeira para serraria são os sistemas puros, espaçamento com aproximadamente 6 m²/árvore em quincôncio, facilitando a mecanização e melhor distribuição do espaço vital.
Já os espaçamentos amplos, como o 4 x 4 m ou 6 x 6 m, fazem com que a árvore seja mais tortuosa, apresente mais galhos, menor conicidade e consequentemente baixo grau de esbeltez. Tudo isso gera uma menor seleção das árvores, pois irão apresentar fator de forma menor e consequentemente baixa produtividade.
O fechamento do dossel da floresta é mais lento, apresentando maior incidência de luz solar, propício para o surgimento de plantas invasoras. Sendo necessário realizar atividades de manutenção da floresta mais recorrente e gerando assim maior custo de operação.
Atualmente, no Polo Florestal do IBF, o espaçamento utilizado é de 4 x 3, ou seja, 833 indivíduos por hectare.
A percepção de volume de madeira na colheita não se altera quando comparada aos espaçamentos de 3 x 2 ou 3,5 x 1,7 ou 2,5 x 3,5 metros (já utilizados anteriormente), devido a preservação do mesmo número de indivíduos nos desbastes finais.
No sudeste de Minas Gerais, por exemplo, foram implantados povoamentos puros de Mognos-Africanos no espaçamento 3 x 2 ou de 3,5 x 1,7 metros (1.666 árvores/ha), adotando o seguinte manejo:
- Remoção de 33% da área basal no 4° ano;
- Remoção de 43% da área basal no 8° ano;
- Remoção de 46% da área basal no 13° ano;
- Corte raso a partir do 17° ano.
Além do modelo de desbaste que mencionamos, também pode ser feito com outras idades, outras frequências e outros volumes.
Como visto, a distância entre as plantas é um dos fatores com relação direta com a produtividade da floresta e qualidade da madeira produzida. É preciso realizar os desbastes periódicos, pois ajudará com que as árvores remanescentes tenham mais espaços e nutrientes para continuarem se desenvolvendo.