Atento ao cenário de produção e fornecimento de madeiras ao mercado consumidor altamente exigente, o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF) identificou um processo denominado de Apagão Florestal. De acordo com estudos sobre o fornecimento de madeira, está previsto de que haverá a diminuição de áreas privadas para produção e extração de madeiras devido a pressões na Amazônia e, por outro lado, ocorrerá o aumento na demanda por madeiras nobres serradas.

Em 2016, os produtos madeireiros provenientes da extração vegetal (floresta nativa) foram responsáveis por uma movimentação de R$ 2,8 bilhões, enquanto a produção da silvicultura foi de R$ 13,7 bilhões (equivalente, em valor, a 83% da extração madeireira). O Brasil produziu cerca de 11,45 milhões de metro cúbico (m³) de madeira para fins industriais proveniente da amazônia, número que deverá cair para 5 milhões até 2030. Em paralelo a queda da produção, a demanda aumentará para 21 milhões de metros cúbicos (m³), resultando na diferença de 16 milhões de m³ de madeira no período. No gráfico abaixo há a estimativa de oferta de madeira até 2030:

apagão florestal oferta de madeira em tora

Assim sendo, a retirada da pressão sobre as árvores da Amazônia acarretará em mudanças profundas e positivas na dinâmica do mercado de produção em solo brasileiro.

Afinal, o que fazer com esta demanda latente?

O desafio do setor é implantar novas florestas capazes de atender a demanda do mercado de forma sustentável e equilibrada, sendo aptas a atender as exigências do mercado consumidor.

Quando se faz um estudo com o objetivo de encontrar a melhor solução para um projeto florestal, leva-se em conta os benefícios da espécie associados a fatores externos. No caso do mercado de madeiras tropicais duras, estima-se uma redução da oferta e grande aumento da procura para os próximos 20 anos, representando um grande déficit apenas no Brasil.

Mantendo-se um ritmo médio de produção de madeira de mogno africano (cerca de 1.000 hectares/ano), espera-se que a produção no Brasil a partir de 2035 alcance em torno de 312 mil m³ desta madeira ao ano, o que atenderia apenas 1,5% da demanda esperada para o mesmo período (21 milhões de metros cúbicos).

floresta natural

floresta plantada

Graças ao crescimento da produção das empresas florestais brasileiras e das demandas internacionais pelos produtos desse segmento, o Brasil tem se tornado um dos maiores países do ranking de exportadores internacionais de produtos florestais, conquistando posição privilegiada e ganhando competitividade entre os países tradicionais no ramo de celulose, como a Finlândia e a Suécia. Mudanças significativas também vêm ocorrendo, ao longo dos anos, no mercado doméstico e internacional de produtos florestais, por meio da expansão dos mercados existentes e do surgimento de novos mercados e de novos produtos que utilizam, basicamente, a madeira de reflorestamento, tanto no Brasil quanto no exterior.

O mercado de madeiras tropicais duras apresenta uma tendência geral de aumento do preço do m³. A madeira tropical dura serrada apresenta preço médio acima de 500 dólares. Contudo, há espécies de madeira que tem ganhado mais notoriedade devido ao alto valor no mercado internacional, como é o caso do mogno africano, cuja madeira serrada e seca está por volta de 1.250 dólares aproximadamente.

Com relação a produtividade florestal, é indiscutível a vantagem competitiva do Brasil, o qual lidera o ranking de nível de produtividade por hectare (ha), seguido pela China, Indonésia e Austrália. Levando em conta o fator ambiental, a exploração de florestas naturais da Amazônia no Brasil coloca-se em uma posição delicada, aumentando a cada dia o custo ambiental de exploração de madeira de áreas naturais. Neste contexto, estima-se que a produção de madeira nativa da Amazônia em áreas privadas deve baixar 64% nos próximos 20 anos.

Qual espécie de floresta é indicada para suprir essa demanda?

Nesta linha de raciocínio, o IBF indica o manejo do Mogno Africano para suprir a demanda por madeira. Tal espécie possui um uso comercial extraordinário devido às características tecnológicas e à beleza da madeira, sendo utilizada na indústria moveleira, faqueado, construção naval, em sofisticadas composições de interiores e diversos produtos especiais.

Pressionado pelo aumento da demanda e do preço, projetos de florestas plantadas estão sendo cada vez mais exigidos, principalmente com relação a produtividade e qualidade, e neste sentido o cultivo do Mogno Africano atinge bons lucros para cada hectare plantado, sendo o investimento basicamente concentrado na criação e manutenção da floresta.

preços exportaçao madeira serrada mogno africano

Além da questão do alto valor agregado da madeira, outros aspectos que potencializam o Mogno Africano no Brasil são:

  • Tecnologia: a silvicultura é bem avançada no Brasil e somada a transferência de tecnologia de manejo dos mognos realizados na Austrália, houve impulsionamento na produção;
  • Produtividade: o Brasil é o país mais produtivo no segmento florestal do mundo;

Com relação a necessidade de área para desenvolvimento de um projeto florestal de mogno africano, faz-se necessário analisar o mercado no qual se pretende atuar. No caso do mercado interno, é possível obter retorno financeiro com pequenos projetos florestais. Geralmente o mercado doméstico é menos exigente em relação a qualidade da madeira e não requer alto volume de produção de madeira, ou seja, não requer regularidade no fornecimento.

Tem-se notado a formação polos florestais na região de Minas Gerais/MG. O estado se destaca por atingir altos índices de produção uma vez que apresenta aptidão para cultivo de mogno africano para produção de madeira nobre. A formação desses polos florestais são vantajosos por já apresentarem cadeia produtiva bem formada e estarem próximos a pontos de escoamento de madeira. 

Os projetos de reflorestamento, independentemente da espécie florestal plantada, deve seguir orientações técnicas para minimizar o risco do investimento e auferir a rentabilidade desejada. Quanto ao risco de empreendimentos florestais podemos citar alguns fatores como: incêndios, ataques de pragas e formigas. Tais riscos podem ser minimizados com simples medidas como no construção de aceiros para evitar incêndios, controle de pragas e formigas, e seguro do plantio, entre outros. Basta seguir as orientações técnicas necessárias para o bom sucesso do empreendimento.

Conheça com mais detalhes a planilha modelo de investimento em mogno africano no botão abaixo.

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