Saiba como funciona o espaçamento para plantio de Mogno Africano e como ele impacta diretamente na qualidade da madeira nobre para serraria
O espaçamento para o plantio de Mogno Africano é uma das variáveis fundamentais que influencia na produção de madeira nobre para serraria. O espaçamento nada mais é que a distância entre as plantas no campo. No caso de plantio de florestas nobres, para determinar essa distância é considerado o sistema radicular, parte aérea durante o desenvolvimento das árvores e o tamanho da a área a ser explorada.
Berger afirma que “a distância entre as mudas é uma das variáveis que atua no crescimento de um povoamento florestal e que pode ser controlada eficientemente pelo silvicultor”. O espaçamento para plantio de Mogno Africano desempenha um papel fundamental quando se deseja produzir madeira de boa qualidade.
O espaçamento ideal em plantios destinados à produção de madeira para serraria é aquele que atinge boa produtividade e qualidade da madeira extraída pelo menor custo de implantação e manutenção, alcançando maior lucratividade do negócio florestal.
Atualmente, existem dois modelos de espaçamentos mais utilizados na silvicultura: povoamentos homogêneos e sistema silvipastoril. Em ambos os casos é preciso se atentar a posição do sol para antes de plantar a floresta, sendo o ideal que o plantio seja feito no sentido leste/oeste.
Atenção: o IBF orienta e pratica apenas o plantio puro de Mogno Africano uma vez que ele proporciona mais produtividade e esbelteza das árvores em cultivos comerciais.
Espaçamento puro para plantio de Mogno Africano
A densidade de povoamentos homogêneos pode variar entre 833 a 1.800 árvores por hectare. Para florestas de Mogno Africano, o espaçamento mais indicado é aquele que apresenta o melhor custo benefício, permitindo boa qualidade e seleção da madeira madura.
Atualmente, no Polo Florestal do IBF, o espaçamento utilizado é de 4 x 3, ou seja, 833 indivíduos por hectare.
A percepção de volume de madeira na colheita não se altera quando comparada aos espaçamentos de 3 x 2 ou 3,5 x 1,7 ou 2,5 x 3,5 metros, devido a preservação do mesmo número de indivíduos nos desbastes finais.
Ao realizar o plantio considerando o espaçamento adequado, o desenvolvimento da floresta ganha algumas vantagens, como:
- Árvores com maior grau de esbeltez;
- Retilineidade;
- Maior altura de fuste;
- Melhor fator de forma;
- Maior produtividade;
- Mineralização da matéria orgânica;
- Rápido fechamento do dossel e menor custo de operação.
Todas as vantagens pontuadas anteriormente influenciam uma a outra. Este modelo promove a competição entre os indivíduos plantados para obter mais luz e nutrientes no solo, fazendo com que o crescimento seja mais retilíneo e sem ramos laterais. Dessa forma, o fechamento do dossel se dá mais rápido do que em outros espaçamentos.
O fechamento do dossel dificulta a passagem de luz fazendo com que as plantas invasoras não predominem na floresta, reduzindo-se assim o custo de manutenção da floresta.
Nesse processo de crescimento da muda já é possível verificar maior grau de esbeltez que é a relação entre a altura e largura da árvore, obtida com a medição da altura total e do diâmetro à altura do peito (DAP). O DAP adequado garante estabilidade da planta contra tempestade e ventos e melhor fator de forma, pois é possível aproveitar toda a altura da árvore em tora para se obter peças de maior comprimento e largura. Dessa maneira, há maior rendimento da madeira produzida.
Por isso, o melhor custo-benefício para produção de madeira para serraria são os sistemas puros, espaçamento mais densos (6 m²/árvore) em quincôncio, facilitando a mecanização e melhor distribuição do espaço vital.
Já os espaçamentos para plantio de Mogno Africano menos densos, como o 4 x 4 m ou 6 x 6 m, fazem com que a árvore seja mais tortuosa, apresente mais galhos e baixo grau de esbeltez. Tudo isso gera uma menor seleção das árvores, pois irão apresentar fator de forma menor e consequentemente baixa produtividade.
O fechamento do dossel da floresta é mais lento, apresentando maior incidência de luz solar, propício para o surgimento de plantas invasoras. Sendo necessário realizar atividades de manutenção da florestas mais recorrente e gerando assim maior custo de operação.
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