O inventário florestal serve para a qualificação das florestas, que consiste na avaliação do ativo em momentos chaves do seu desenvolvimento.

Quando se decide realizar o inventário florestal, devemos compreender aspectos importantes da cultura como os seguintes pontos:

  • O melhor local para plantio;
  • Qual o crescimento médio por hectare durante cada ano;
  • Entender o tempo de ciclo da cultura, retorno econômico da floresta comercial, e assim por diante.

Todas essas questões estão intensamente ligadas com o Manejo Florestal, que nada mais é que o planejamento, monitoramento e controle de todas as atividades no ativo florestal, que envolvem desde o plantio até a colheita para que se obtenha o máximo aproveitamento da capacidade de produção da madeira e de forma sustentável.

Tipo de solo e sazonalidade climática local são variáveis que influenciam o Manejo Florestal da cultura em questão. Por isso devemos nos atentar antes de escolher a região geográfica mais adequada à espécie. Após o plantio, é necessário realizar o acompanhamento de como as árvores estão se desenvolvendo, bem como quaisquer intervenções que venham a ser feitas como a adubação, irrigação, controle biológico (como a presença invasiva de insetos e outras plantas) e de pragas, para que seja garantida a saúde da floresta.

O inventário florestal garante o crescimento adequado das árvores e torna possível a escolha dos melhores momentos para efetuar os desbastes e do eventual corte final do ativo para venda. Um processo que exige cuidado e atenção ao longo dos anos para que não ocorra perdas no valor que foi investido.

Inventário Florestal e sua importância

Uma prática recomendada é a execução do inventário florestal, para quantificação e qualificação das florestas, e que consiste na avaliação do ativo em momentos chaves do seu desenvolvimento. Tradicionalmente as atividades de inventário florestal inicia-se com 6 meses após o  plantio e depois são feitas ano após ano, para acompanhamento do crescimento da floresta.

O processo de inventário florestal é realizado de maneira amostral, isto é, são delimitadas frações da floresta, também chamadas de parcelas amostrais, e a partir destas parcelas, é realizada a coleta das informações de todas as árvores que estiverem dentro da área delimitada. 

As informações coletadas como o diâmetro a altura do peito (DAP) e a altura total das árvores servirão posteriormente de entrada em modelos matemáticos e estatísticos para obtenção de diversas variáveis de interesse florestal, dentre elas o volume das árvores em m³, que depois serão extrapoladas para o ativo como um todo.

Tais dados são de extrema importância, pois são eles que ditam quão saudável está o crescimento florestal, bem como a taxa de rentabilidade do ativo. Isto significa que quanto mais informações forem obtidas em campo, maior será o conhecimento do gestor ou investidor acerca de seu ativo, fazendo com que intervenções nas florestas ocorram de maneira mais precisa, efetiva e assertiva.

Como a maior parte das inferências sobre o ativo florestal, acontecem em cima de informações coletadas em campo, torna-se imprescindível realizar um bom treinamento das equipes de coleta,  e, ao mesmo tempo, garantir que tais equipes estejam equipadas com as melhores tecnologias e instrumentos de medição.

Apesar da extrema importância do inventário florestal, muitas vezes opta-se por não realizá-lo ou quando este é feito, a frequência em que ocorre é insuficiente. Os riscos e impactos dessa decisão podem ser altos, pois não havendo monitoramento, não há conhecimento sobre o ativo, e dificilmente o gestor conseguirá intervir na floresta em tempo e com segurança para recuperar sua produtividade.

Volumetria e cubagem

Apesar de causar estranheza à primeira vista (pois é comum que algumas árvores sejam cortadas durante este processo), o processo de cubagem é uma das atividades mais importantes do inventário florestal. Ele serve para calibrar os modelos matemáticos e estatísticos que servirão para transformar as informações de diâmetro e altura das árvores que compõem as parcelas em volume, a variável florestal de maior interesse, especialmente, pois a precificação do ativo florestal é realizado em cima desta variável.

A árvore selecionada para cubagem terá seu fuste seccionado em partes menores e cada parte terá seu volume mensurado fisicamente. A soma do volume de cada seção gerará o volume total do fuste. Nesta etapa, o gestor não deve se preocupar, pois, o número de árvores cortadas será mínimo e em alguns casos onde a árvore possui um valor agregado maior, pode-se inclusive realizar a cubagem das árvores em pé (sem a necessidade do corte).

A escolha de quantas árvores serão cubadas, de qual modelo matemático utilizar, e de que tipo inventário realizar, devem ser realizadas por um profissional qualificado, especialmente, pois essas decisões irão afetar diretamente a qualidade e a confiabilidade das informações geradas no inventário do ativo florestal.

Por este motivo, se o inventário florestal for feito sem planejamento e orientação adequada, com trabalhadores mal preparados ou com treinamento insuficiente, isso poderá acarretar não apenas em baixa precisão e erros de estimativas de volume, mas também impedirá o gestor florestal de intervir de maneira efetiva, não alcançando a produtividade potencial da floresta em questão e, nos piores casos, até mesmo na perda do ativo.

Tecnologias no inventário florestal

Felizmente existem tecnologias hoje que permitem que os inventários florestais sejam realizados de forma mais ágil e eficiente. Abaixo listamos 5 tecnologias já disponíveis no mercado que podem contribuir, e muito, na execução desse processo.

  • Uso de tablets para a coleta de dados em campo: em pesquisas realizadas com diversas empresas florestais, constatou-se que um terço delas já utiliza esses equipamentos a fim de eliminar a tradicional prancheta. Atualmente existem no mercado tablets militarizados e robustos como é caso do Tab Active 2 da Samsung. Tais equipamentos possuem maior durabilidade em campo, baterias com mais capacidade e resistência às intempéries, como quedas e impactos acidentais, exposição ao sol, chuva, lama e poeira. Essas características tornam a utilização desses tipos de aparelho muito mais adequada para as atividades florestais, pois os custos de manutenção e/ou substituição de aparelhos tradicionais quebrados tornaria inviável esse tipo de operação.

  • Aplicativos para coleta de dados: esses aplicativos de coleta ajudam a prevenir erros nesse processo, pois são otimizados para interpretar os dados que são inseridos pelos operadores. São considerados os valores das medições anteriores, por exemplo, para que não seja possível a inserção acidental de medidas absurdas, como uma árvore de 200m de altura, se o operador acidentalmente inserir um zero há mais em um valor que originalmente era de 20m. Desta forma, o sistema aprende baseado nas informações da população qual o range de dados esperados, evitando ainda no campo, que dados errados sejam coletados.

  • Inteligência artificial: usando um banco de dados digital da floresta como base para cálculo, algoritmos de aprendizado de máquina combinam diversas operações matemáticas e estatísticas para obter estimativas de características da floresta, como calcular o volume ou a taxa de mortalidade ao longo de um período de tempo. Esses mecanismos evoluem conforme vão sendo usados e a base de dados florestal cresce, criando um poderoso aliado no planejamento e na análise da floresta.

  • Sensores: parte da tendência tecnológica conhecida como Internet das Coisas, consiste na utilização de sensores de diversos tipos, colocados no campo e conectados com a internet. Também usam-se drones e até dados de satélites para obter informações da floresta. Em geral, essas tecnologias funcionam de maneira autônoma, ou podem ser controladas remotamente, e ainda possuem taxas de atualização da informação muito maiores, com dados semanais, diários e, em certos casos, diversas vezes no mesmo dia.

  • Sistemas de Monitoramento Online: integram diversas ferramentas, como as citadas acima, numa plataforma para acompanhamento online do ativo. Esses sistemas podem combinar dados dessas ferramentas de maneira a criar uma visão geral do ativo florestal para que o gestor possa monitorar o andamento das equipes que estão em campo, o desenvolvimento das árvores, gerar relatórios técnicos, planejar intervenções, entre outras atividades, através da internet, sem a necessidade de se locomover até a floresta.

Observando as ferramentas citadas acima como um todo, tem-se um cenário em que um sistema online para monitoramento do ativo florestal, que permite gerar ordens de serviço, e conta ainda com o uso de tablets robustecidos, beneficia tanto a um gestor quanto um operário em campo, com acesso a uma ferramenta digital para agilizar seu trabalho.

Além de oferecer recursos como esses mecanismos de auditoria dos dados no aplicativo de coleta – substituindo o uso de pranchetas e papel – esses sistemas também contabilizam características como o reduzido número de cliques e ações (métricas do desempenho) dos operadores no aplicativo, ou o trajeto que fazem para chegar ao ponto de medição, ou ainda, se seguiram a rota sugerida pelo sistema.

Munido com esse arsenal tecnológico, o gestor pode tomar decisões muito mais preparado e seguro das informações que tem em mãos sobre a floresta que administra.

Todas essas inovações combinam o estado-da-arte da Era da Informação às técnicas de inventário florestal, resultando em operações mais ágeis a partir da obtenção de informações muito mais precisas, direto do campo — consolidando, então, o Inventário Florestal de Precisão.

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