Confira 6 árvores resistentes à geada, que possuem bom desenvolvimento a campo e, também, com boa aceitação no mercado madeireiro

O cultivo de árvores nativas é bastante utilizado para fins conservacionistas, ou seja, aplicadas na recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL), entre outras. Continue lendo para descobrir as árvores resistentes à geada.

Contudo com a redução da oferta de madeiras tropicais de qualidade no mercado interno e externo, o manejo de florestas de espécies nativas que se destacam pelo elevado valor agregado da madeira e que apresenta elevada produtiva tornam-se mais viáveis para plantio com fins econômicos.

Ocorre atualmente um aumento das áreas de florestas plantadas para produção de madeira tropical, como o Mogno Africano, Guanandi, Jequitibá, entre outras. Porém, em regiões mais frias, os projetos florestais devem ser ajustados a espécies resistentes às condições impostas pela região. Assim sendo, elencamos 6 árvores nativas do Brasil resistentes à geada, com bom desenvolvimento a campo e boa aceitação no mercado madeireiro.

6 árvores resistentes à geada

Louro-Pardo (Cordia trichotoma): Espécie que ocorre desde o Ceará até o Rio Grande do Sul, é uma das principais essências nativas exploradas economicamente, conhecido por produzir uma madeira valiosa para serraria, utilizada na construção de móveis de luxo, na construção civil, em acabamentos internos, cabos, faqueados entre outras utilizações.

Em sistemas homogêneos, indica-se o plantio entre 2 e 3 mudas por cova e espaçamento variando entre 4 a 8 m entre as covas, realizando o raleio até o sexto mês. Apresenta ótimos resultados de crescimento, sendo que mudas plantadas com 20 cm atingem 1,80 metros com 12 meses de idade.

Ocorrem neste tipo de povoamentos em sistemas de plantios com desbastes seletivos entre 4 e 8 anos de idade, com redução respectivamente para 950 e 450 árvores/hectare. Direcionada a produção de madeira jovem e posteriormente reduzindo para 238 árvores/hectare, é possível obter madeira madura entre 23 e 25 anos e rotação aos 30 anos, oriundas do terceiro e quarto desbaste sistemático.

O preço do metro cúbico da madeira serrada no mercado doméstico está entre 900 a 1.200 dólares

árvores resistentes à geada

Araribá (Centrolobium tomentosum): Espécie que ocorre naturalmente da Bahia até o Paraná, é uma essências nativas bastante exploradas no Uruguai para produção de madeira, quando madura é utilizada na construção de móveis finos, torneados, marcenaria de luxo, construção civil, hélice de pequenos aviões.

A madeira jovem é usada na fabricação de cabos e utilizada tratada roliça em estruturas externas. Em sistemas homogêneos, indica-se o plantio entre 2 e 3 mudas por cova e espaçamento variando entre 4 a 8 m entre as covas, realizando o raleio até o sexto mês.

Apresenta ótimos resultados de crescimento, atingindo 20 m³/hectare/ano em plantios organizados. Utiliza-se neste tipo de povoamento o sistema de plantios com desbastes seletivos entre 4 e 8 anos de idade, com redução respectivamente para 950 e 450 árvores/hectare.

Direcionada a produção de madeira jovem e posteriormente reduzindo para 238 árvores/hectare, com rotação aos 20 anos. O preço do metro cúbico da madeira serrada no mercado doméstico está entre 900 a 1.500 dólares.

Ipê-Roxo (Handroanthus heptaphyllus): Espécie bastante conhecida no paisagismo, além de sua linda florada, apresenta bons resultados em crescimento, podendo atingir mais de 1 metro de altura ao ano.

Sua madeira possui alta resistência e bastante valorizada no mercado externo, utilizada em obras externas, construções pesadas, quilhas de navios, instrumentos musicais, vastamente utilizada para fabricação de pisos.

Em plantios organizados utiliza-se o raleio iniciando com 2 ou 3 mudas por cova, reduzindo para apenas 1 até o sexto mês, no espaçamento de 3×2 metros. Desbastes seletivos ocorrem entre 4 e 8 anos de idade para a produção e madeira.

As toras maduras são obtidas a partir do 25° ano e a rotação após o 30° ano. O preço da madeira no mercado doméstico está entre 800 e 1.000 dólares, já no mercado externo está entre 1.200 e 1.500 dólares por metro cúbico serrado.

árvores resistentes à geada

Canjarana (Cabralea canjerana): A madeira da Canjarana é considerada uma das mais valiosas do Sul do Brasil, devido à sua ótima qualidade e à resistência ao ataque de fungos.

É utilizada na fabricação de caixotaria especiais, entalhes, móveis, artesanatos, maquetes entre outros artigos especiais. Em povoamentos puros é utilizado o espaçamento de 3×2 metros, iniciando com o plantio de 2 ou 3 mudas por cova, reduzindo para apenas 1 até o sexto mês.

Seu crescimento é considerado médio, melhorando a produtividade em sítios mais ensolarados e livres de competidores. As árvores resistentes à geada são médias, contudo conforme aumenta sua altura tornam-se mais resistentes.

Recomendado o uso de mudas com mais de 35 cm e que os plantios ocorram logo após o fim do inverno. Toras jovens para uso comum podem ser extraídas a partir do 15° ano, enquanto desbastes das toras maduras ocorrem a partir de 25 anos de idade.

O preço da madeira no mercado interno está entre 800 e 1.000 dólares. Madeiras de alta qualidade da Canjarana pode valer mais de 2.000 dólares para aplicações especiais, além de ser utilizado em substituição do Cedro.

Canafístula (Peltophorum dubium): Árvore caducifólia, com 10 a 20 m de altura e 35 a 90 cm de DAP, podendo atingir excepcionalmente 40 m de altura e 300 cm de DAP, na idade adulta.

As árvores são bastantes resistentes à geadas, sendo que ocorre em praticamente todo o Brasil. A madeira da Canafístula possui alto valor econômico, sendo utilizada na construção civil, usos externos, indústrias de móveis, construção naval e outros.

Em povoamentos puros indica-se a utilização de 1.666 árvores/hectare (3×2 m). Apresenta um crescimento rápido, ultrapassando 19 m³/hectare/ano e os desbastes da madeira madura para serraria inicia entre 16 e 18 anos.

O preço do metro cúbico serrado da Canafístula está entre 400 a 600 dólares no mercado interno.

árvores resistentes à geada

Pessegueiro-Bravo (Prunus brasiliensis): Espécie que ocorre da Bahia até o Rio Grande do Sul, o Pessegueiro-Bravo é bastante estudado por instituições de pesquisa e está entre as mais indicada para a região centro-sul do Brasil.

Sua madeira é utilizada na construção civil, para a fabricação de tacos e tábuas para assoalho, cabos de ferramentas, vigamentos, laminados e peças torneadas. É uma árvore perenifólia, que pode atingir até 25 m de altura e 80 cm de DAP na idade adulta.

Em povoamentos puros é utilizado o espaçamento de 3×2 metros, iniciando com 2 ou 3 mudas por cova, reduzindo para apenas 1 até o sexto mês. Estima-se desbastes jovens entre 8 a 14 anos e desbastes maduros a partir de 25 anos de idade.

Sua madeira serrada está entre 400 a 600 dólares o metro cúbico.

Saiba Mais:

Adequações Legais
Antes de iniciar o projeto florestal, o empreendedor deve estar ciente das adequações necessárias. Neste sentido, deve levar em consideração: registros exigidos junto aos órgãos competentes; certidões do plantio; CND trabalhista; Negativa de Débitos Municipais, Estaduais e Federais; Necessidade de supressão de vegetação nativas e os trâmites necessários; pré requisitos de implantação, assim como em outro empreendimento rural.

Devo registrar a floresta?
Plantios devem ser realizados sempre com a orientação e responsabilidade técnica de um profissional habilitado que irá registrar o povoamento no CREA ou CRBio, bem como proceder o registro do projeto no órgão ambiental estadual, sendo que alguns Estados podem exigir, conforme a área, um Estudo de Impactos Ambientais. As etapas subsequentes como manejo, desbastes, comercialização e transporte também exigirão o registro no órgão ambiental estadual.

Além do Código Florestal Brasileiro, hoje em vigor, os estados e municípios também possuem as suas próprias legislações. Portanto, antes de qualquer atividade, consulte os órgãos regionais competentes como a Secretaria do Meio Ambiente da sua região, a prefeitura do seu município ou a Assistência Técnica especializada para esclarecimentos a esse respeito. É importante conhecer com clareza as restrições referentes a atividades florestais no local.

Quanto custa para explorar a madeira?
Os estudos de exploração, que envolvem o inventário florestal, a demarcação de desbastes, os desbastes, o carregamento do campo até o pátio da fazenda podem representar em média 20 dólares/m³. Já o desdobro das toras, que seria a primeira transformação das mesmas em pranchas secas, custa em média 50 dólares/m³. Para sítios produtores de grandes quantidades de madeira é viável a instalação de serraria, enquanto os pequenos produtores poderão terceirizar esta etapa.

Quais os riscos envolvidos no empreendimento florestal?
Quando pensamos em garantias do investimento, primeiramente devemos analisar os riscos do projeto e se eles são mitigáveis, levando em consideração o máximo de variáveis intrínsecas ao empreendimento.

Quanto ao empreendimento florestal, podemos apontar riscos externos como geadas, falta de umidade, calor, terra, entre outros, indicando-se assim, espécies adequadas para cada contexto. Com relação à secas, indica-se o plantio regiões com índices pluviométricos acima de 1.200 mm ao ano, por outro lado deve observar a necessidade de manter disponível no projeto, estrutura para irrigação eventual durante os 60 primeiros dias após plantada a floresta.

Quanto o ataque de pragas e doenças, o manejo não se difere com os cuidados de outras culturas florestais para fins de extração de madeira para serraria, devendo seguir as recomendações técnicas para o devido controle fitossanitário, realizando as manutenções adequadas aos povoamento, evitando-se assim potenciais danos causados por ataque de pragas ou doenças.

Paralelo as árvores resistentes à geada, faz-se necessário também o controle do mato para evitar a matocompetição e danos por fogo, provocados pelo aumento do mato e material vegetal morto acima do solo.