Florestas, sustentabilidade e desmatamento sempre foram assuntos em pauta ao redor de todo o mundo. Cada dia mais nosso planeta perde sua matéria prima, de acordo com o estudo do Global Forest Watch, especialmente no Brasil foi o país que mais perdeu árvores no mundo. Isso ocorre devido o interesse comercial por madeira tropical, este produto é bastante valioso e apreciado pelo mercado internacional e uma das formas de suprir este mercado é através do reflorestamento.

Mas afinal, o que é o reflorestamento?

O reflorestamento é a ação de recuperar uma área desmatada por meio do plantio de novas árvores. Essa ação pode ocorrer de forma natural ou intencional, ou seja, com a interferência humana para atingir determinados objetivos como realizar a manutenção de matas ciliares, restaurar ecossistemas, absorver os gases de efeito estufa (GEE) reduzindo o impacto do aquecimento global por meio do sequestro de carbono.

A importância do reflorestamento é uma das pautas mais frequentes em reuniões de alta cúpula como o G20 e a ONU, ressaltando a necessidade dos países se preocuparem cada vez mais com suas florestas e riquezas naturais. Entenda aqui quais são os principais benefícios do reflorestamento.

 

6 benefícios do reflorestamento 

1) Reposição de madeira dura tropical: A madeira dura tropical está em constante déficit no Brasil,
uma vez que cada vez mais sua procura aumenta e por outro lado, não há a sua reposição. O reflorestamento de espécies exóticas, como o Mogno Africano, ajuda no aumento da reserva destas madeiras, consequentemente diminuindo o déficit no mercado relacionado a sua venda.

2) Sinônimos de equilíbrio: As árvores armazenam em sua copa e troncos parte da água da chuva, fazendo com que a evapore, reiniciando o ciclo da chuva. Essa função é de suma importância para regiões internas do países que não ficam próximo ao oceano, pois sem as árvores para regular a quantidade de água, às regiões mais centrais dos continentes seriam, um verdadeiro deserto. 

3) Aspirador de CO2: Segundo o engenheiro florestal alemão, Peter Wohlleben, “as árvores realizam fotossíntese e produzem hidrocarbonetos, que usam para o próprio crescimento, e ao longo da vida armazenam até 200 toneladas de CO2 no tronco, nos galhos e nas raízes (…). Quando ela morre, o CO2 afunda com ela na lama e forma ligações de carbono”, configurando assim um solo mais fértil.

4) Ar-condicionado de madeira: Pelo fato das florestas reterem parte do calor no tronco, nos galhos e nas raízes elas causam o resfriamento do ambiente, amenizando assim o calor.

5) Ar saudável e qualidade de vida: Em um experimento desenvolvido por cientistas coreanos (Jee-Yon Lee e Duk-Chul Lee) foi constatado que ao se caminhar em florestas (exceto da mata de coníferas e de matas de carvalho) melhora a pressão arterial, a capacidade pulmonar e a elasticidade das artérias, enquanto os passeios na cidade não causam nenhuma alteração. Essa alteração é devido aos fitocidas que matam os germes, melhorando assim o sistema imunológico humano.

6) Berço da biodiversidade: As árvores produzem frutos que servem de alimentos para diversas espécies de animais e suas raízes funcionam como moradia para fungos que retribuem auxiliando a fixação do nitrogênio. A copa pode ser casa de mais de 257 espécies diferentes de acordo com o estudo promovido por Martin Gobner. O químico Katsuhiko Matsunga incentivou pescadores a plantar mais árvores perto de rios e riachos ao observar que as folhas que caem em rios e riachos, liberam um ácido que chega ao mar. Esse ácido estimula o crescimento de plâncton, a base da cadeia alimentar fazendo com que houvesse o aumento na produção de pescados e ostras na região.

Apesar de todos esse benefícios que as árvores proporcionam, o Brasil perdeu cerca de 71 milhões de hectares entre 1985 e 2017, mesma época que a agricultura triplicou o crescimento e a pecuária cresceu 43%, segundo levantamento do projeto MapBiomas. Dessa forma, as áreas verdes foram reduzidas causando grande impacto ambiental. Uma forma de reduzir os impactos ambientais e a extração ilegal da madeira de florestas nativas é a criação de florestas comerciais.

Como as florestas comerciais ajudam o meio ambiente

Normalmente, as madeiras são provenientes de matas nativas, áreas de preservação permanente ou reservas legais. Em matéria publicada pelo jornal Estadão, a extração e comercialização ilegal de madeira movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano. 
A extração ilegal da madeira nas matas nativas prejudicam não só a biodiversidade que as árvores abrigam, há ainda prejuízo ambiental por não ser realizada a recomposição da floresta devastada. Essa ausência de recomposição das matas e poucos plantios comerciais no Brasil para serraria gera um déficit na produção de madeira causando o fenômeno do Apagão Florestal.

Considerando a ocorrência deste fenômeno, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) indica que haverá uma queda no fornecimento de madeira de florestas nativas e aumento da demanda do mercado. Dessa forma, a criação de florestas plantadas além de atender uma demanda latente, reduzem a pressão das matas nativas, diminuindo assim a necessidade de extração de árvores nativas centenárias que servem de abrigo para diversas espécies.

O reflorestamento comercial acaba sendo um investimento extremamente viável para quem deseja resultado em um tempo relativamente curto e que tenha extrema relevância no mercado, devido exatamente a esta demanda da madeira dura tropical e seu déficit de reservas naturais. É possível começar um plantio desde que siga alguns passos relacionados à manutenção e proteção da floresta.

Por isso, florestas exóticas, como as de mogno africano para serraria, utiliza-se da indústria madeireira limpa e surge como oportunidade de negócio sustentável.